O EMCC – European Mentoring & Coaching Council define o mentoring como um processo de desenvolvimento que pode envolver uma transferência de competências ou conhecimentos de uma pessoa mais experiente para uma menos experiente através do diálogo, da aprendizagem e da construção de papéis, pelo que também pode ser uma parceria de aprendizagem entre pares.
De acordo com Ho Law, no seu livro “The Psychology of Coaching, Mentoring and Learning”, a palavra “mentor” remonta a uma personagem da mitologia grega retratada na “Odisseia” de Homero – Mentor. Na verdade, Mentor era Atena, a Deusa da Sabedoria, em disfarce e encarregada de educar Telêmaco, filho de Ulisses.
O autor afirma que a imagem tradicional de um mentor perpetrou o equívoco que fixa os papéis de mentor e mentee numa hierarquia de aluno/professor. Contudo, revisões de literatura histórica mais recentes sugerem que a orientação do mentoring está intimamente relacionada com o processo de desenvolvimento do indivíduo, em três aspetos principais: psicológico (cognitivo e emocional), social (desenvolvimento social) e profissional (desenvolvimento de carreira).
Como conservar a experiência de um executivo sénior e aproveitar as novas ideias de um promissor jovem gestor?
A resposta está no mentoring, que nunca foi tão popular como atualmente, com as empresas a procurarem desenvolver o percurso profissional dos seus colaboradores, concebido para ir de encontro às necessidades específicas das empresas e posto em prática com custos muito baixos – ou mesmo nulos.
De acordo com Paulo Erlich, diretor, consultor, formador de mentores e coach, o mentoring pode acontecer através de um método formal ou informal.
O mentoring informal implica uma aproximação espontânea, de entreajuda natural na progressão dos indivíduos. Já o mentoring formal é um processo planeado e estruturado com foco nas organizações.
Quais os benefícios do mentoring nas organizações?
De acordo com Erlich, o mentoring organizacional proporciona benefícios não só para as organizações, mas também para os mentores e mentees, como poderá verificar nos pontos abaixo.
- Desenvolvimento e qualidade da aprendizagem organizacional: com a ajuda de um mentor, um novo colaborador pode explorar novas formas de libertar o seu potencial, descobrir novas aptidões e aumentar até a sua produtividade;
- Melhor adaptação de novos colaboradores no ambiente organizacional, que promove a manutenção e consequente aproveitamento dos talentos;
- Retenção do conhecimento tácito: este conhecimento acontece quando os processos não estão registados em manuais, mas no modo de atuação dos colaboradores;
- Desenvolvimento da liderança – um bom líder pode dar o exemplo e ajudar o mentee a segui-lo;
- Maior eficiência nos processos de ascensão e sucessão: ao utilizar o conhecimento acumulado e a experiência na organização e na carreira, os mentores podem preparar os mentees a ocupar posições mais elevadas;
Os benefícios do mentoring são inúmeros e está demonstrado que, se usado em programas corporativos, tem o efeito de aumentar o desenvolvimento de competências e a autoconfiança dos colaboradores.
Traz também benefícios para o compromisso e a retenção de colaboradores, o que melhora a produtividade e reduz os custos de RH.
Um estudo do Grupo Gartner revela que as taxas de retenção são mais elevadas tanto nos mentees (72%) como nos mentores (69%) em relação aos outros colaboradores. Outro estudo revela que quase o dobro das empresas que praticam o mentoring registam um aumento do seu volume de negócios em relação às que não o fazem.
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