O processo de Coaching como ferramenta ideal na procura de emprego

Consultores Cegos

Cada vez mais são os projetos de desenvolvimento onde se incluem os processos de coaching como peça chave para conseguir objetivos definidos. Está mais que comprovado que o coaching consegue proceder a alterações comportamentais num curto espaço de tempo, libertando a mente de bloqueios.

Coaching como ferramenta

Por este motivo, algumas pessoas desempregadas estão a utilizar os processos de coaching como ferramenta para encontrar trabalho e alcançar os seus objetivos. Considero que é uma ferramenta útil para os indivíduos que estão num processo de procura de um novo emprego podendo ajudar a conhecer com maior profundidade o tipo de função que pretendem ocupar, desenvolver capacidades, manter a calma antes da entrevista de seleção e manter a segurança.

O grupo Cegos implementou em 2015 um projeto de ação social em que se pretendia apoiar um grupo de pessoas desfavorecidas na procura de emprego, utilizando a experiência da Cegos na seleção e recrutamento de talento, bem como a experiência na formação de capacidades para que as pessoas possam desenvolver um perfil com potencial alinhada aos seus objetivos.

O projeto em causa envolveu um grupo de 100 mulheres, desempregadas de longa duração e com uma idade superior a 45 anos. O objetivo deste projeto era que 10% destas mulheres encontrassem um posto de trabalho e que 100% ficassem dotadas das ferramentas necessárias para o poder fazer.

O modelo consiste num Programa que se estrutura em seis fases operacionais. Estas sustentam-se em 4 objetivos, que são a base do Programa.

Os objetivos a alcançar são:

  • Construindo o futuro: O objetivo deste ponto é identificar o ponto de partida de cada pessoa no processo de procura de emprego, e definir de maneira consciente, objetivos desejados e um processo otimizado para os alcançar;
  • Área de desenvolvimento técnico: Outro dos aspetos importantes era aportar valor aos recursos técnicos (por exemplo: o conhecimento dos sites de emprego, como tirar o máximo partido das redes sociais…) e abordar a forma de potenciar o CV, a entrevista e a carta de apresentação.
  • Área de desenvolvimento emocional: os participantes tomam consciência sobre a importância do fator emocional na empregabilidade em que se trabalha o autoconhecimentoAuto motivação.
  • Área de desenvolvimento de competências: abordar qual o perfil de competência e quais as competências mais procuradas pelas empresas atualmente e quais as competências exigidas face aos cargos a candidatarem-se, para definir um plano de desenvolvimento pessoal.

Para conseguir estes objetivos, realizou-se um programa de 6 fases diferenciadas:

  • Formação para potenciar a empregabilidade: A formação dispõe de dois propósitos, por um lado, trabalhar os objetivos de cada um e encarar o momento de desemprego como uma oportunidade para poder repensar o seu futuro profissional e, por outro, dar formação e informação sobre a parte técnica de procura de emprego (como estruturar o CV, como inscrever-se nas ofertas profissionais, criar o máximo de networking…)
  • Teste de competências: todas as pessoas foram sujeitas a um teste que permitiu medir o seu nível de competência e sobretudo aquelas que os atuais gestores mais procuram num recurso humano.
  • Entrevista pessoal de avaliação e orientação: um consultor voluntário especializado na avaliação de pessoas, realiza uma entrevista pessoal para detetar o perfil de competência do candidato, realiza uma entrevista personalizada para detetar o seu perfil de competências e realiza uma análise do seu CV, a fim de poder aconselhar e analisar as possibilidades reais em encontrar um trabalho tendo em conta o conhecimento do mercado e as motivações do candidato.
  • Feedback: na semana de realização da entrevista de seleção é tido em conta o feedback do candidato a fim de conseguir um maior autoconhecimento de si mesmo, conhecendo os seus pontos fortes e as áreas de desenvolvimento conferindo algumas pistas sobre os possíveis caminhos para alcançar o trabalho e as áreas pretendidas.
  • Formação online: Formação adequada ao desenvolvimento de aspetos que necessitavam de uma otimização.
  • Coaching: o coaching ao serviço das pessoas que procuram trabalho. Estas sessões consistem:
    • Conseguir maior confiança no momento de enfrentar um processo de seleção;
    • Desenvolvimento de algumas competências válidas para encontrar trabalho nos cargos de maior interesse;
    • Definir o objetivo que se pretende atingir no momento de procura de emprego;
    • Identificar os medos e “fazer-lhes frente”.

Em média os resultados obtidos com este programa são:

  • 17% das pessoas encontraram emprego no decorrer ou no final do programa;
  • 100% daqueles que realizaram o processo de coaching, consideraram esta fase como a mais impactante no seu desenvolvimento profissional;
  • Mais da metade das pessoas reforçaram que o facto de terem tido contacto com outras pessoas em situações semelhantes, lhes havia dado força na procura por concretizar o seu objetivo;
  • Os consultores que participaram no programa consideraram que durante o processo de coaching identificaram algumas mudanças nos recursos, quer em termos de ideias, força, positividade e energia que transmitiam.

De facto, o Coaching acompanha os processos de desenvolvimento contribuindo para libertar o talento dos indivíduos sendo evidente as alterações comportamentais a curto prazo. Combinar o Coaching com outras técnicas que aportem conhecimento, e realizar projetos de desenvolvimento de forma contínua contribuem para aumentar a aplicabilidade dos conhecimentos e de novos comportamentos nos indivíduos.

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Consultores Cegos

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